EAD beneficia milhões

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Instituto Monitor é citado em matéria do Jornal Nacional na internet. Para acessar a reportagem na íntegra, clique aqui.

Educação a distância beneficia milhões
No Amazonas, em cinco anos, o método a distância qualificou 16 mil professores de ensino básico que só tinham o nível médio.
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 O Jornal Nacional vai exibir, nesta semana, uma série especial de reportagens sobre um desafio brasileiro. A necessidade de educar milhões pessoas num país gigantesco e onde faltam professores. O repórter Alan Severiano mostra como isso é possível com a ajuda de tecnologia.

A dança é a conexão de Olavo Fontes com o passado da etnia Tucano. E ele é a prova de que o futuro chegou à aldeia às margens do Rio Negro. Desafiando a correnteza, está a caminho de um diploma universitário.

“Estava muito insatisfeito. Tinha inveja do pessoal que tinha um curso superior, mas eu dizia que um dia iria conseguir também”.

Confira os bastidores dessa série no JN Especial.

Dez minutos de barco, outros 40 de ônibus até o centro de São Gabriel da Cachoeira. Pelo caminho que antes só levava ao ensino médio, hoje se chega à faculdade.

Foi uma antena que rompeu o isolamento de cinco séculos e inaugurou um novo jeito de aprender. As aulas do curso de Educação Física são transmitidas ao vivo: professores em um estúdio em Manaus, alunos em 16 municípios do interior do Amazonas.

Na sala, um tutor tira dúvidas mais simples. As perguntas para os professores são enviadas pelo computador. E a resposta vem pela TV.

“É uma interatividade com professores, mestres, doutores que a gente não teria chance se fosse uma aula presencial”, afirma Olavo.

“É possibilitar o aluno que está lá no interior ter acesso ao conhecimento teórico de qualidade sem precisar se deslocar e ter maiores custos vindo para Manaus”, disse Ilídio Quintas, professor de Educação Física.

Na hora da prática, a piscina da turma de Olavo é o Rio Negro, em São Gabriel da Cachoeira.

A esse pedaço da Amazônia só se chega pela água ou pelo ar. São duas horas de avião ou três dias de barco para percorrer quase 900 quilômetros a partir de Manaus. Na região e por todo o país, milhares de brasileiros estão descobrindo que tempo e espaço não são mais limites para o conhecimento.

No Amazonas, em cinco anos, o método a distância qualificou 16 mil professores de ensino básico que só tinham o nível médio.

“Com as condições de infraestrutura e de formação que nós tínhamos no nosso estado, nós iríamos levar 72 anos para realizar essa tarefa”, confessa Marilene Corrêa, reitora da Universidade Estadual do Amazonas.

No Brasil, já são mais de 2,5 milhões de estudantes de educação a distância. O avanço tecnológico foi o fermento dessa revolução.

“Computador, internet, multimídia. Essas novas tecnologias vêm a somar com a necessidade da sociedade de atualização de conhecimentos, e de forma mais conveniente. A escola ou a universidade vem até elas e não vice-versa”, explicou Fredric Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância.

A educação a distância surgiu no século XIX. Com 150 anos, a University of London é a pioneira. Tem 40 mil alunos em 180 países. Produziu cinco prêmios Nobel. O mais ilustre, o ex-presidente da África do sul, Nelson Mandella, fez o curso de Direito por correspondência na prisão.

Na Segunda Guerra Mundial, soldados americanos já estudavam a distância. “Foi no pós-guerra, com a necessidade de formar profissionais rapidamente para que dessem conta de reconstruir os países da Europa, principalmente, que a educação a distância teve um grande impulso”, lembrou Beth Almeida, professora de Tecnologias na Educação (PUC/SP).

No Brasil, a educação a distância desembarcou no fim do século XIX. Acredite: aprendia-se datilografia por correspondência. Depois, aulas começaram a ser transmitidas pelo rádio. E o aparelho que revolucionou a comunicação na época também virou tema de curso.

“As pessoas montavam seus próprios rádios e também depois tinham que fazer a manutenção desses rádios, então era um novo negócio, uma nova demanda, uma evolução no Brasil na época”, contou Márcia Siqueira, diretora do Instituto Monitor.

Aberto há 70 anos, este instituto com sede em São Paulo é a escola mais antiga em funcionamento no país.

Seu João Villa foi um dos primeiros alunos. Formou-se em 1942 como radiotécnico. “A gente podia ler no bonde. Ia para casa de bonde, ia lendo. Quando eu voltava, ia lendo também. Aproveitava o tempo”.

Um colégio no centro de Manaus tem alunos espalhados pelo mundo inteiro. Filhos de militares em missões especiais estudam pelo computador do sexto ano do ensino fundamental ao terceiro do médio. “Nosso objetivo é permitir uma continuidade dos estudos”.

Na fronteira com a Colômbia e a Venezuela, o curso a distância dá tranquilidade a quem vigia a área marcada pelo narcotráfico.

A família do major Dos Santos já mudou sete vezes de cidade. Efraim de Jesus dos Santos se adaptou logo às apostilas, exercícios e aulas virtuais. “Posso conversar com o professor, tirar minhas dúvidas. Tem português, matemática, história, geografia, ciências e inglês”.

Apesar de estudar em casa, a rigidez é militar. “Na parte da manhã, é só estudo”, garante o pai. “É como se ele tivesse no colégio”, compara a mãe.

Com o curso de Educação Física, Olavo sonha em melhorar a qualidade de vida no município onde 90% dos moradores são índios e multiplicar oportunidades para as futuras gerações.

“À distância ou perto, o importante é que esteja estudando porque sem a educação a gente praticamente não é nada”.
Na reportagem desta terça, você vai ver como o satélite e a televisão revolucionaram a educação básica em regiões do país afastadas dos grandes centros.

 

Fonte: http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL1100559-10406,00-EDUCACAO+A+DISTANCIA+BENEFICIA+MILHOES.html