Espaço UNIUBE: Fidelidade, uma lição de vida

Você já se perguntou as razões pelas quais os seres humanos amam cada vez mais seus bichinhos de estimação? As respostas certamente são diversas, mas devem ter como ponto de partida a fidelidade e a dedicação destes animaizinhos.

Certa manhã de quarta-feira, único dia da semana em que tenho mais tempo para me dedicar a projetos pessoais, me vi em frente ao meu notebook com a missão de criar um texto que pudesse dialogar com questões atuais, mas ao mesmo tempo atemporais. Nesse momento, eu estava com o Chuvisco no meu colo, um cão de raça Shitsu caramelo com 5 anos de idade, verdadeira paixão da minha família. Foi aí que pensei, está aqui um tema que merece toda minha reverência e atenção, pois muito embora falar de amor na atualidade tenha se tornado algo meio démodé, resolvi arriscar.

Contar uma história de paixão e relacionamento tão expressivos, e ainda discutir isso no campo das relações humanas, é terreno pantanoso que pode cair na cafonice, mas vou contar esta história relacionando atitudes e posturas que todo profissional deveria adotar no seu trato diário com clientes e colegas de trabalho.

Eu sempre fui um admirador incondicional dos cachorros. Nunca me perguntei a razão desta admiração passional e depois de um ano casado resolvi que era a hora de ter um bichinho para nos fazer companhia. Sai à procura de uma raça que fosse tranquila, latisse pouco e que poderia ser criado dentro de casa. Fomos até um canil e decididos a comprar um Shitsu pois, segundo as pesquisas que fizemos, essa raça possui todas as características que buscávamos. Chegando ao canil fomos apresentados a um ser minúsculo, com uma carinha que quase implorava por atenção. Minha esposa o pegou no colo e no mesmo instante já tínhamos a certeza de que aquela seria nossa escolha, mesmo que não pudéssemos levá-lo naquele instante, teríamos que aguardar mais 15 dias, pois ainda estava muito jovem e sendo amamentado.

Eu e minha esposa somos amantes de viagens e tínhamos uma agendada neste período, o que faria com que nós tivéssemos que aguardar 18 dias para reencontrar nosso mais novo membro da família. Minha esposa fez um enxoval como se estivéssemos aguardando um filho e eu escolhi o nome, Chuvisco, incomum, delicado e que faz alusão às pequenas pintas que ele tem por toda a pele. Resultado, não aguentamos esperar os 18 dias e voltamos mais cedo de viagem para buscá-lo, já que durante este período não falávamos nem pensávamos em outra coisa.

Em pouco tempo de convívio diário nos dedicamos a ensiná-lo pequenos truques que facilitariam nossa relação, como urinar no tapete higiênico e não roer os pés das mesas e cadeiras, e levou algum tempo para que de fato tais procedimentos dessem resultados. Na atualidade o Chuvisco tomou conta de nossas vidas por completo a ponto de sentirmos certo incômodo quando ele não está na sala de casa para nos recepcionar toda vez que chegamos, ou de programarmos grande parte de nossas viagens em função de poder levá-lo conosco.

Mas voltemos à nossa pergunta inicial, qual a razão para este amor arrebatador que temos por estes bichinhos de estimação?

Possíveis respostas talvez estejam no fato de que os relacionamentos estão cada vez mais efêmeros e superficiais, e ter “alguém” que dedique todo o seu tempo para estar do nosso lado e que nos receba em casa todos dias com alegria independente de estarmos tristes, bravos, sujos ou malvestidos faz toda a diferença para que possamos nos sentir mais acolhidos e amados.

Como você tem recebido as pessoas que vão até você? Existe alegria nas suas expressões faciais e corporais? Você se interessa genuinamente pelos problemas de seus amigos, familiares e clientes? E, principalmente, qual sua fidelidade a eles?

Durante todos os anos de vida profissional eu pude observar as diferenças e semelhanças entre a forma como as pessoas gostam de ser atendidas, independentemente da cor da pele, crença religiosa, gênero ou idade, todos, absolutamente todos, prezam por atenção genuína e respeito às diferenças. Descobri que a grande magia de conviver em sociedade é saber que as pessoas pensam e agem de maneira diferente e que isso não as tornam mais ou menos importantes. Tolerância e respeito às diferenças nos tornam muito mais animais e, neste caso, no bom sentido.

Não faço a menor ideia se tenho ou não razão em minhas colocações, pois as mesmas não possuem base científica alguma, a não ser minha experiência empírica na relação com meus alunos, clientes, companheiros de trabalho e amigos.

Faço por fim apenas uma sugestão, adote uma postura que dialogue com as pessoas sem julgamento prévio e experimente a sensação de dependência que as pessoas terão em relação a você, pois as relações humanas são baseadas em emoção e ter pessoas emocionalmente ligadas a você, à sua marca, à sua empresa, significa que elas terão prazer nesta convivência e vão buscar repetir a dose sempre que possível.

Pense nisso!!!

Por Fábio Diogo